sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Carta da Mãe

Paris, 04 de julho de 1998


Oi filho
Desculpa demorar tanto pra responder sua última carta, mas é que estive sem tempo nos últimos dias.
Aqui em Paris tudo é muito lindo, as ruas, as casas, os cinemas e os parques... Ainda te trago para passar uns dias comigo.
Respondendo às suas perguntas, estou trabalhando bastante e continuo morando com seu tio Mauro, dividimos um apartamento que tem vista para uma loja de brinquedos, você ia adorar. Ainda não sei quando volto para o Brasil, estou trabalhando para conseguir um bom dinheiro para seus estudos, filho.
Não dê ouvidos aos colegas do orfanato, eles não entendem nada de profissões, se perguntarem novamente o que faz sua mãe, diga que sou enfermeira e é por isso que trabalho no período da noite. Sempre existirão pessoas que se divertem às custas da tristeza alheia, mas nós temos que ser mais fortes do que isso meu anjo.
Tenho certeza que, se você se esforçar, conseguirá fazer alguns amigos ai. O início de qualquer etapa da vida parece um pouco assustador (foi assim comigo também, aqui em Paris), e é exatamente nas horas difíceis que devemos ser fortes.
Quando você se sentir sozinho lembre-se de mim, de como eu te amo, pense nos momentos felizes que vivemos, lembre das nossas risadas e dos abraços mais apertados. Um dia estaremos juntos novamente e poderemos viver e construir nossa felicidade.
Te amo pra sempre.

Cecília (mamãe)

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